17.7.09

Comentário_1.2

Depois de ter lido atentamente os post dos colegas, venho contribuir uma vez mais para esta discussão.
Muitas questões foram abordadas, tais como a do conflito geracional, a das diferenças fisiológicas entre o cérebro de um estudante digital e o do imigrante digital, diferentes meios culturais e tecnológicos, entre outros.
Todos estes conceitos vão seguindo a ideia de que há diferenças entre estudante e imigrante digitais, mas que é possível haver comunicação, sendo este o factor crucial no processo de ensino-aprendizagem. E, neste sentido, a citação: “a forma como comunicamos é mais influente do que o que dizemos” (Marshall Mcluhan in Harkin, J.,“ Cyburbia: The Dangerous Idea That's Changing How We Live and Who We are ”, referência que encontrei, por acaso, na revista Sábado ), vai simplificar a primeira questão colocada. Ou seja, como já foi imensamente referido neste fórum, não podemos desvirtuar o papel da escola e o papel do professor/ formador de acordo com as preferências e interesses dos estudantes (digitais ou não). A escola deveria proporcionar ao estudante meios que promovessem diferentes actividades em diferentes vertentes: tecnológica, social, cultural.
Num estudo realizado no Brasil, (Dwyer, Tom et al., 2007, Desvendando Mitos: Os Computadores e o Desempenho no Sistema Escolar,
http://www.scielo.br/pdf/es/v28n101/a0328101.pdf), os resultados obtidos demonstraram que os alunos referenciados, aquando do uso intensivo do computador, diminuíram o seu desempenho escolar (Português e Matemática), sendo mais notório nos alunos das classes sociais mais pobres. É referido que os alunos que passam mais tempo ao computador acabam por dominar as ferramentas de processamento de texto e as folhas de cálculo, não conseguindo fazer uso dessas mesmas competências (escrita e de cálculo), sem o recurso a essas ferramentas, daí os resultados verificados.
Este estudo poderá indiciar que dominar as tecnologias, ter acesso à informação pode não ser suficiente para que o estudante digital consiga ser mais bem sucedido no futuro do que o imigrante digital, indo agora de encontro à segunda questão colocada, ou misturando um pouco as duas… Há que saber utilizar a informação disponível, uma vez que hoje em dia, não é somente a escola ou na escola que se adquire informação, como acontecia antigamente. O papel do professor/formador é fundamental na medida em que deve aproveitar o acesso à informação para gerar conhecimento. Como referenciou o colega João Carrega: a educação para a utilização das TIC precisa ser planeada desde o jardim-de-infância. Sem preconceitos ou desnecessárias coacções, sem substituir atabalhoadamente o analógico pelo digital, mas sim reforçando a capacidade cognitiva dos alunos e guiando a descoberta de novos horizontes”. Ruivo (2008)
Anexo a conclusão de um artigo muito interessante sobre o papel do professor, nesta idade digital ou idade media:
“O que se delineia para nós, professores, neste tempo de acesso irrestrito a informação, tempo em que somos bombardeados com um volume inédito de informações tanto úteis como inúteis, tanto verdadeiras como falsas, é uma nova forma de ser e de atuar profissionalmente. Não somos mais quem traz informação para nossos estudantes, os meios de informação fazem isso de forma muito mais ágil e completa. Mas nem sempre a informação é correta ou, mesmo quando correta nos chega de forma que nos seja útil.
Nosso novo papel é o de junto com nossos alunos aprender a analisar essas informações, selecionar as que podem ser úteis ao nosso trabalho e produzir conhecimento localmente. É o de aprender a transformar informação em conhecimento.
Deixamos de ser provedores de informação para sermos produtores de conhecimento. Cá para nós, dá mais trabalho, mas é muito mais divertido. Este era o convite que fazia junto com a provocação inicial: entre nessa rede e venha divertir-se conosco. E não deixe de trazer seus colegas e seus alunos junto.”
Tornaghi , Alberto,
“O que pode você, professor”, (2008), Salto para o Futuro, Educação digital e tecnologias da informação e comunicação, 16-24

por Ana Margarida Sousa - Quarta, 25 Março 2009, 23:49

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Este blog pretende reflectir o que foi o meu percurso na UC de Médias Digitais e Socialização (UAbMCEM 2009) , da responsabilidade das Docentes Lúcia Amante e Maria João Silva.
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